quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Estudiosos apontam que 'Evangelho da Esposa de Jesus' foi forjado por empresário alemão
Karen King com o fragmento do suposto Evangelho da Esposa de Jesus nas mãos. (Foto: Harvard Magazine)
Karen King com o fragmento do suposto Evangelho da Esposa de Jesus nas mãos. (Foto: Harvard Magazine)
A autenticidade de um antigo papiro conhecido como o "Evangelho da Esposa de Jesus" tem sido posta em questão por não haver comprovações suficientes sobre sua origem, de acordo com o site Live Science.
O fragmento do papiro, que parece ser parte de um texto maior, foi revelado ao mundo em 2012 pela professora Karen King da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O papiro contém uma linha que, traduzida, se lê "Jesus disse-lhes: 'Minha esposa...'", e também se refere a uma "Maria", que tem sido interpretada como sendo Maria Madalena.
King conseguiu obter o papiro em 2011, mas seu antigo proprietário havia comprado o fragmento de um homem chamado Hans-Ulrich Laukamp em 12 de Novembro de 1999. Uma nota manuscrita no contrato registra ainda que Laukamp adquiriu o papiro em 1963, em Postdam (Alemanha Oriental).
No entanto, de acordo com as evidências apontadas pelo site Live Science, Laukam não obteve o papiro no local e na data que foram registrados.
Rene Ernst, advogado que representa o patrimônio de Laukamp, contestou as alegações de que ele tenha sido proprietário do papiro. Laukamp viveu na parte ocidental de Berlim em 1963 — uma época em que a população ocidental foi proibida de circular na região oriental da cidade.
Ernst explica que Laukamp não tinha interesse em juntar antiguidades, e qualquer tentativa de viajar para o leste (carregando, ainda, um documento suspeito) poderia provocar sua prisão ou até execução. O advogado ressalta que se ele tivesse obtido o documento de acordo com o que foi "registrado", ele teria que estar disposto a arriscar sua vida por ele.
Live Science sugere uma conta alternativa. Laukamp era dono de uma fábrica de ferramentas chamada American Coporation for Milling and Boreworks, com uma fábrica em Berlim e um escritório na Flórida.
Registros disponíveis publicamente afirmam que ele empregou cientistas, engenheiros e comerciantes; e o Live Science aponta que esses profissionais podem ter produzido uma falsificação.
Um ano antes de Laukamp vender o papiro, registros mostram que ele abriu uma nova fábrica em Berlim e comprou uma nova casa em Venice, na Florida. Live Science sugere que a falsificação possa ter sido feita em troca de dinheiro para bancar os novos investimentos.
Os indícios de falsificação são apoiados por acadêmicos que apontam a má formação das letras, a gramática incomum e o ponto de sintaxe formados para uma falsificação moderna.
King, no entanto, sugere que se há falsificação, ela é extremamente sofisticada, já que é datada por carbono há cerca de 741 a.C.
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