segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Apenas 1 em cada 7 norte-americanos enxergam o divórcio como pecado, segundo pesquisa
Casal brigado
Novas pesquisas realizadas pelo instituto 'LifeWay Research' descobriram que a maioria dos norte-americanos não acredita que o divórcio é um pecado, enquanto a maioria dos pastores protestantes também acreditam que o divórcio é moralmente aceitável, sob certas circunstâncias.
O instituto 'LifeWay' recentemente realizou duas pesquisas em que foram entrevistados 1.000 cidadãos americanos (sem qualquer tipo de liderança eclesiástica) e 1.000 pastores protestantes, questionando se eles acham que o divórcio é um pecado, sob certas circunstâncias.
Os entrevistados foram solicitados a esclarecer se eles acham que o divórcio era um pecado nos casos em que o casal não se ama mais, um cônjuge é enganado pelo outro, quando há abuso físico evidente no relacionamento, quando um dos cônjuges é viciado em pornografia ou quando um dos cônjuges abandonou o outro.
Contextos
Quando questionados sobre a moralidade da obtenção de um divórcio quando o casal "não se ama mais", apenas 38% leigos americanos consideram o divórcio como um pecado, enquanto 61% dos pastores também considerou tal divórcio um pecado.
No caso de um cônjuge ser viciado em pornagrafia, 35% dos leigos americanos rotularam tal divórcio um pecado, em comparação com 39% dos pastores, que também compartilham desta mesma opinião.
Em outros cenários, no entanto, os norte-americanos que não exercem qualquer tipo de liderança religiosa são mais propensos a considerar o divórcio um pecado.
Quando o adultério é a causa para a separação, 39% dos leigos americanos consideram o divórcio um pecado, enquanto 32% dos pastores sentem que divórcio seja pecado nesse caso.
28% dos pastores consideram o divórcio em caso de maus-tratos, um pecado, em comparação com o 37% do outro perfil de entrevistados, que também compartilham desta opinião.
Mas em caso de um dos cônjuges ter abandonado o outro, 27% dos pastores acham que o divórcio configura um pecado, enquanto 38% dos americanos leigos consideram o divórcio nesse cenário, um pecado.
Mas quando a causa para o divórcio não está em nenhum dos cenários acima mencionados, 19% dos pastores pensam que o divórcio é pecaminoso, enquanto 37% dos americanos leigos também acho que o divórcio desta forma seja pecaminoso.
"Cerca de um em cada sete norte-americanos está dizendo que divórcio é um pecado, em todos esses casos. Mais de um terço não acha que qualquer um destes seria um pecado, e quase metade acredita algumas circunstâncias, seria pecado, mas outras não", disse o vice-presidente do 'LifeWay', Scott McConnell em um comunicado. "Pastores fazem uma distinção sobre o acerto de um divórcio com base nas razões por trás dele. Eles querem explicar as partes da Escritura que falam de possíveis justificativas".
Embora a maioria dos pastores considere o divórcio pecaminoso quando o casal simplesmente não se ama mais, apenas 46% dos membros da Igreja Protestante acreditam que divórcio é um pecado nesse cenário.
Embora os membros da igreja sejam menos propensos a pensar que o divórcio é pecaminoso quando o casal não se ama mais, eles são mais propensos a pensar que divórcio seja pecado no caso do vício da pornografia. 44% dos membros de igreja protestantes acreditam que divórcio seja um pecado no caso de vício em pornografia, enquanto 39% dos pastores entendem que o divórcio em tal perfil seja pecaminoso.
"Enquanto a maioria dos pastores protestantes visualiza o pecado do divórcio de forma diferente consoante à razão para esta decisão, esta sensibilidade é perdida em suas ovelhas", disse McConnell.
Com o "divórcio sem culpa" tornando-se possível para os casais a sem uma razão substancial por trás da separação, McConnell argumenta que os americanos se acostumaram a acreditar que o divórcio é livre de pecado por causa da normalidade desta decisão na cultura pós-moderna.
"[Uma vez] as nossas leis foram para o divórcio sem culpa em todo o país, que é realmente a mentalidade dos americanos: a de que não há culpa, não há pecado envolvido em um divórcio na maioria das situações", disse McConnell. "E assim, algo que vemos como realmente um valor bíblico - se algo é pecado ou não - é algo com o qual o norte-americano leigo não está em sintonia"
Banalização
Rev. David Gushee, professor de ética cristã e diretor do Centro de Teologia e Vida Pública na Universidade de Mercer, escreveu em um editorial que a sociedade ocidental e a cultura do "divórcio sem culpa" transformaram os cônjuges em "produtos de consumo".
"Na cultura ocidental dos dias atuais, as pessoas quase sempre são livres para casar-se ou não, e quando quiserem. Eles são livres para escolher os seus parceiros, com base em suas próprias razões inteiramente auto-selecionadas. Eles são livres para se comportar dentro do casamento precisamente como eles escolhem fazer. Eles são livres para pedir o divórcio, quando eles escolhem e por qualquer motivo que venha a parecer atraente para eles", escreveu Gushee.
"Em outras palavras, um cônjuge se tornou um produto de consumo, a ser comprado, abandonado, ou trocado por um novo modelo na vontade do cliente".
Gushee alega que a liderança cristã precisa instruir os recém-casados de que o casamento é mais do que apenas um pacto temporário para ser jogado fora por um capricho.
"Mas esses esforços nadam contra a maré de uma cultura em que tais normas são cada vez mais incompreensíveis. E nós sabemos que muitos daqueles que chegam até nós para nossas celebrações de casamento não levam sua fé tão a sério", continuou Gushee. "Assim, o pedido de celebrações de casamento torna-se uma oportunidade para o clero para fazer um alerta grave, não apenas para um casamento religioso, mas para uma vida séria na fé, dentro da qual o casamento torna-se vibrante e pode ser sustentado".
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