sábado, 3 de dezembro de 2016

Os discípulos maduros

Jesus formou doze discípulos, não para ser servido, mas para servi-los. Aqui é a premissa do discipulado original que, infelizmente, foi desvirtuado no decorrer do tempo pela igreja do Mestre Jesus. Com o advento do movimento gospel fast food, surgiram também “falsos mestres”. Essa figura impele de forma coercitiva e fantasiosa, que o discípulo o siga à revelia e a qualquer custo para atender os seus interesses pessoais como se os fossem interesses do Mestre Jesus. Hoje, espero levar o amigo leitor ao amadurecimento acerca deste tema tão invertido nos dias de hoje, o qual é fundamental para o alicerce da fé e de suas práticas através da igreja para todas as nações da terra. Igreja acontece quando os discípulos de Jesus se reúnem em algum lugar para cultuá-lo (servi-lo). O Plano Fundamental de Eternidade Seguir a Cristo é aplicar-se a ensinar o que Ele ensinou, e a fazer o que Ele fez, formando novos seguidores (Dele) para seguirem em frente com a mesma doutrina de salvação, arrependimento, novidade de vida, restauração e mudança de mente para cumprir o plano de ação que o Pai deu à igreja. Seguir o Plano de Deus é fundamental para o discípulo, mas com tantas confusões e ideias baseadas em emoções, empolgações, erros teológicos e heresias por aí, faz-se necessário “conferir” as Escrituras. Em primeiro lugar, será necessário compreender o fundamento, ou seja, a quem seguir, e por que fazê-lo? Ora, todo discípulo tem um mestre. No caso da igreja, o nosso mestre é Jesus. Mas, o que é ser discípulo de Jesus? Por que segui-lo? A resposta não está em nenhum movimento cristão, mas está nas Escrituras. Jesus ensinou que estar ao lado Dele é privilégio sim, porém, não por méritos, nem por obras, mas por amor. Ele não tinha nenhum templo ou organização registrados em seu CPF, não se envolveu com política, nem com religião, mas havia inabalavelmente o reino de Deus radiando em sua vida! E, hoje esse poder deseja habitar dentro de você! Ele ensinou sobre o reino de Deus. As suas aulas não falavam de outra coisa. Onze discípulos entenderam tudo, o décimo segundo não. Seus discípulos, também apóstolos, passaram a ensinar a mesma doutrina do Mestre. Cabe a nós, discípulos de Jesus permanecer na doutrina dos apóstolos de Atos 2:42; Efésios 2:20; 2 João 1:9: “Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho” e também Tito 1:9, que diz assim sobre esse fundamento da fé, a sã doutrina de Cristo: “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes”. Não se distraia! Há uma narrativa muito legal no livro de Mateus, numa conversa que Jesus estava tendo com os seus discípulos, que é bom inserir aqui neste artigo para uma melhor compreensão sobre serviço e amor no reino de Deus. É a historia da mãe de Tiago e João, discípulos de Jesus. Vamos ler com calma: Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e fazendo-lhe um pedido. 21 E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino. 22 Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos. 23 E diz-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado, mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado. 24 E, quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos. 25 Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. 26 Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; 27 E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Ele disse assim na última parte do encontro: Mateus 20:28: “… o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”. Na história que reflete o texto acima, a mãe de Tiago e de João faz um pedido sem malícia a Jesus, mas que não estava dentro dos planos de Deus. Portanto, ainda que ouvinte da ideia, o Mestre não cumpriu o plano da mãe de Tiago e de João, no contexto deste texto. Dizer não faz parte da escola do amor e da escola do reino de Deus! Ele cumpriu o Plano Eterno de seu Pai Eterno. Há um plano eterno, e devemos segui-lo a partir de uma atitude de amor e obediência ao Mestre Jesus. Se Ele seguiu este plano eterno, todos nós, discípulos Dele devemos seguir também. Sinédrio não, Reino de Deus. Acontece que, infelizmente, assim como retrata o texto, mesmo sem maldade alguma no coração dos líderes cristãos imaturos, a igreja é levada a sair do plano eterno do Pai para seguir o plano humano e temporal, numa tentativa de solidificar a sua autoridade, poder e riqueza e ‘pseudogoverno’ terráqueos. Mas, são passageiros e longe do plano de Deus. Nessa distração e distorção, estes vão seguindo as suas ideias e demais ideias, levando outros cristãos a segui-los freneticamente, convencionando culturas da terra para que de forma compensadora, as pessoas se tornem mais poderosas, ganhem status, ou se tornem como o líder é. Uma escola de discípulos que firmam suas bases em coisas temporais, planos e projetos humanos que um dia vão acabar. Os líderes estão desejando ardentemente a adoração para si, os muitos cristãos os seguem nessas tolices. Por outro lado, a carência emocional de um “pai herói”, representando pelos filmes de tv, dentre outras formas de cinema ou literatura, tem levado muitos cristãos a adorarem líderes que nunca desejaram isso para si. Muitos cristãos enganados, por acharem que agradar aos homens, é sinônimo de ser discípulo de Jesus. Mas não é! Seguir a Cristo é outro plano, é um Projeto do Pai, o qual Jesus falava aos judeus, confrontando as suas políticas e práticas religiosas de manipulação da massa. “Sinédrio não, Reino de Deus”, foi o que os apóstolos, liderados por Pedro disseram em Atos ao romper com uma “autoridade sem reconhecimento do céu”. Foi ali “a primeira reforma” da igreja na história. Não nos curvaremos a Baal, disse Daniel a Nabucodonosor. A passividade de mente pode levar muitas pessoas à se sentirem confortáveis quando vier a apostasia. Mas, autoridade espiritual não deve ser adorada como deuses. Autoridade espiritual madura deve ser seguida. Autoridade espiritual néscia deve ser questionada ou invalidada.

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