quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Morte de dois jornalistas americanos reabre debate sobre porte de armas nos EUA

O assassinato de dois jornalistas de uma rede de uma emissora de televisão americana, executados quando realizavam uma entrevista transmitida ao vivo, relança o debate do porte de armas nos Estados Unidos e a presença crescente das redes sociais na vida das pessoas. Imagens do ataque contra a repórter e o cinegafista, pelo próprio autor dos disparos, foram divulgadas no Twitter e rapidamente reproduzidas no Facebook e pelo YouTube. Exprimindo sua tristeza sobre a morte dos dois jornalistas da WDBJ, Alison Parker, 24 anos, e Adam Ward, de 27 anos, o presidente americano Barack Obama fez nesta quarta-feira (26) um novo apelo para que o Congresso dos Estados Unidos endureça a lei sobre o controle de armas. Ele ressaltou que o número de vítimas que morrem em incidentes com armas de fogo no país é muito superior ao das vítimas do terrorismo. Entre os candidatos à presidência, a democrata Hillary Clinton, em campanha no Estado americano do Iowa, foi a primeira a se manifestar ontem sobre o caso, pedindo mais medidas para combater esse tipo de violência que se repete quase todos os dias no país. "Devemos fazer algo sobre o porte de armas nos Estados Unidos. Vou batalhar para isso porque há muitas pessoas que estão a par deste problema, mas que não se engajam porque é difícil. É uma questão muito política e dura no país", disse.

Obama fez apelo para que Congresso endureça lei.

© Fornecido por… Estado onde a venda de armas é menos rigorosa Terry McAuliffe, governador do Estado da Virgínia, palco do ataque, também lembrou a imensa quantidade de armas de fogo nas mãos de civis nos Estados Unidos. A Virgínia, no entanto, é um dos Estados onde o controle da venda de armas é menos rigorosa. Ongs americanas indicam que 89 pessoas são mortas por dia nos Estados Unidos em incidentes relacionados a armas de fogo. Em 40% desses casos, as armas utilizadas foram vendidas sem nenhuma verificação do perfil do comprador. Ataque foi divulgado nas redes sociais Vester Lee Flanagan, de 41 anos, é o principal suspeito da morte dos dois jornalistas. Em um vídeo cuja autoria é atribuída a ele, divulgado ontem nas redes sociais, a câmera se aproxima da repórter e do cinegrafista. As imagens mostram uma arma sendo apontada para Alison Parker, que entrevistava ao vivo uma mulher. A filmagem ao vivo realizada pelo cinegrafista Adam Ward mostra primeiramente a repórter sorrindo durante a entrevista e, logo depois, desperada e aos gritos quando percebe que é alvo dos disparos. Na sequência, a câmera de Ward cai no chão - momento em que foi alvejado - e ainda filma os pés do agressor. Vítima de racismo Uma série de mensagens no Twitter foram publicadas na conta atribuída a Flanagan, que já havia trabalhado como repórter na própria WDBJ, e conhecia as vítimas. Negro e homossexual, ele justificou seu ato por ter sido vítima de supostos comentários racistas, discriminatórios e homofóbicos de Parker e Ward. Perseguido pela polícia, Flanagan atirou contra si mesmo, foi levado com vida ao hospital e morreu horas depois. Especialistas consideram que essa é a primeira vez que um indivíduo usa o Twitter e o Facebook de maneira independente para divulgar um crime. O caso marcaria uma nova etapa no uso das redes sociais. Tanto o Twitter, como o Facebook e o YouTube, retiraram as imagens em que os jornalistas aparecem sendo abatidos.

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