A eleição de 2018 foi a mais polarizada em décadas
Divulgação / Tribunal Regional Eleitoral
A política em 2018, com a campanha mais radicalizada das últimas décadas, azedou o ambiente em praticamente todos os lugares onde duas pessoas pensavam de modo diferente.
Famílias e amizades foram arrastadas para uma brigalhada interminável, que conspurcou reputações com a mesma sem-cerimônia de quem pede um chopp no bar.
Com a gosma pegajosa da bílis estorvando o caminho, o Brasil odiou como nunca. Em doses amazônicas, velhos e jovens foram xingados e amaldiçoados simplesmente porque ousavam discordar dos vaticínios brandidos com a certeza dos jacobinos.
Homens educados tornaram-se brucutus irreconhecíveis e mulheres distintas abandonaram a compostura.
Mas, como diria o poeta, e agora José?
Será que o tio que ficou ao lado do seu pai doente para que você pudesse trabalhar é mesmo "um velho escroto"? E o fato dele morar no interior impede o seu entendimento sobre o que se passa aqui e em Oslo, ou ele apenas vê o mundo de maneira distinta? Aquela mulher que já dividiu com você humores e sabores de madrugadas fellinianas o que fez de tão grave para perder o seu respeito? Gostar de Paulo Freire diminui o valor de ser uma professora vocacionada para o servir de todos?
Enfim, companheiro, a discussão política não pode interditar o convívio saudável entre os contrários, ainda mais se eles forem pessoas queridas. A pluralidade de ideias e o consequente embate entre elas está na essência da democracia. Bolsonaro, Lula, Haddad, Renan e Doria um dia perderão importância, mas a família e os verdadeiros amigos nunca.
Pense nisso e pense também que ainda dá tempo de desejar um Feliz Natal e um próspero Ano Novo para os "comunistas" e "reacionários" que amamos.
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