O local é do tamanho de um ginásio esportivo, mas serve como local de reunião para cerca de 20 mil pessoas todos os domingos. Localizada na ilha de Yoido, região metropolitana de Seul, capital da Coréia do Sul, a Igreja do Evangelho Pleno é a maior igreja do mundo, contando com cerca de 800 mil membros, que se reúnem em células espalhadas pela região.
A congregação pentecostal está ligada às Assembleias de Deus da Coréia, mas ficou conhecida no mundo todo por causa do seu fundador, Paul Yonggi Cho. Profícuo autor de livros, ele foi se tornando muito influente à medida que a igreja crescia. De muitas maneiras, Cho contribuiu para mudar seu país natal, historicamente budista. Atualmente um terço da sua população é cristã.
Atualmente existem 17 megaigrejas (com mais de 2 mil membros) somente na capital. Mas nenhuma é tão famosa quanto a de Yoido. Seu fundador se converteu a Jesus ainda adolescente, na década de 1950, após a Guerra da Coréia. Ele sempre contava como sua fé cristã o salvou da desnutrição e de doenças.
Em 1958 ele iniciou a Igreja do Evangelho Pleno. Tudo começou com cultos sob uma tenda.
“Vinham tantas pessoas pobres, que não tinham para onde ir, nem trabalho, nem renda”, lembra o veterano pastor.
“Comecei a oferecer a eles esperança [através da Bíblia]. A religião é inútil se não pode dar esperança “, ensina. Um período de avivamento, com curas, batismos no Espírito Santo e milagres consolidou seu trabalho e deu início a megaigreja.
Sua pregação popularizou no país a mensagem que, além da salvação prometia recompensas divinas que incluíam a cura de doenças e a riqueza material. Este seria o “evangelho pleno” que dá nome ao seu ministério.
Acabou se aposentando em 2014, em meio a escândalos financeiros envolvendo a acusação de ter usado 12 milhões de dólares da igreja em um “esquema” montado por Cho Hee-jun, seu filho mais velho, que envolvia venda fraudulenta de ações. Como resultado, o filho de Cho foi condenado a três anos de prisão.
Apesar dos problemas que isso trouxe à Igreja do Evangelho Pleno, incluindo a perda de alguns milhares de membros, o sucessor de Cho, Young-hoon Lee acredita que as coisas irão mudar. “Estamos em um período de desaceleramento”, admite.
Durante um sermão recente, o pastor Lee conduziu mais uma vez a igreja em intercessão pelo povo da Coréia do Norte. Os evangélicos acreditam que, dadas as condições dos seus vizinhos do norte, eles só poderão sobreviver se crerem em Jesus.
Lee sabe do que está falando. Ele é da quarta geração de uma família de evangélicos. Seu avô pregava o evangelho em Pyongyang, atual capital da Coreia do Norte, antes da Guerra. Embora pouco conhecido pelo ocidente, este ano completa um século do grande avivamento que deu início ao movimento pentecostal na Coreia.
Naquela época, Pyongyang era conhecida como a “Jerusalém da Ásia”. Hoje em dia, as igrejas estão fechadas e a pregação é proibida.
Mas Lee não perde a esperança de ver mudanças, especialmente pois entende que o fim se aproxima. Por isso, anuncia: “Vamos ter um novo grande despertamento e avivamento na Coréia”.
Este seria o esperado mover final, apregoado por diversos outros pregadores. “Afinal, acreditamos que Jesus está voltando em breve”, sentencia. Com informações do Public Radio International
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