segunda-feira, 1 de maio de 2017

SERÁ QUE VALORIZO MEU TRABALHO?

Foto: unsplash.com
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Já ouvi muitas pessoas dizerem que, quando chegarem ao céu, querem ter uma conversa séria com Adão, pois dizem ser ele o culpado do homem ter que trabalhar hoje. Pressuponho que essas pessoas baseiam-se em Gênesis 3.19: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”.
Quando Adão caiu, seu trabalho se tornou mais difícil, pois Deus amaldiçoou a terra para que produzisse espinhos e abrolhos. Porém a Bíblia apresenta o trabalho como fruto da vontade de Deus. Desde o início Ele desejou que o ser humano trabalhasse, deu o jardim para ele cuidar e tudo o que nele havia: as plantas, as árvores, os animais. É importante lembrar também que a Bíblia condena a preguiça, a ausência de trabalho, como nos ensina o apóstolo Paulo em sua primeira epístola aos Tessalonicenses: “Esforcem-se para ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos; a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém” (1Ts 4.11).
A função principal do trabalho não é dar um senso de realização à pessoa, mas algo muito mais nobre: prover o sustento para ela e sua família. A maioria das pessoas vê o trabalho como exploração, como um peso, não como uma benção. Raramente se vê ou se houve falar de pessoas que amam o que fazem ou que têm prazer em acordar cedo e ir trabalhar. Mas, como diz o ditado popular, o trabalho enobrece o homem (Max Weber), nos faz sentir úteis, capazes.
Diante da crise, muitos estão desempregados e ficam desnorteados, mas, enquanto uns choram, outros vendem lenços. Devemos prestar atenção no mercado de trabalho, perceber o que está em alta e usar as ferramentas que temos nas mãos. Falta de emprego não significa falta de trabalho. Deus nos deu inteligência, criatividade, dons, talentos… Existem, sim, tantas formas de trabalhar, basta querer e ter iniciativa. Mesmo que não façamos aquele trabalho que queríamos, devemos aproveitar as oportunidades que aparecem a nós como sendo algo que agregará mais conhecimento à nossa vida. Se, no momento, o trabalho que aparecer não for exatamente o que sonhamos, façamos com alegria, com amor, como as santas Escrituras nos ensinam: “E tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens” (Colossenses 3.23).
Outra ferramenta importante em relação ao trabalho é o equilíbrio. Se você tem um emprego bom, onde ocupa um cargo mais elevado, trate as pessoas como gostaria de ser tratado (a), seja honesto (a), pense que a vida dá voltas. Hoje você está “no alto”, amanhã você poderá ser um subalterno e, com certeza, colherá o que plantou. É claro que não é errado gostar de seu trabalho, mas encare-o como apenas um meio para alcançar objetivos mais importantes. A necessidade de trabalhar e de se sustentar não pode te corromper, tornando-se ganância e cobiça. Há pessoas que ficam possuídas pelo trabalho e pelo dinheiro e agem desonestamente para conseguirem mais. Outras fazem do trabalho um deus que lhes domina todo o ser. Deus deve ser a prioridade máxima.
É como diz Jim Brown: Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde, e, por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem-se do presente, de forma que acabam por não viverem nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer. E morrem como se nunca tivessem vivido.

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