Foto: José Cruz / Agência Brasil
Apesar do tom pouco amistoso em seus pronunciamentos, o presidente Michel Temer afirma manter a calma necessária para lidar com a repercussão da delação da JBS. "Mantenho a serenidade, especialmente na medida em que eu disse: eu não vou renunciar. Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa", ressaltou o peemedebista em entrevista à Folha de S. Paulo. Na ocasião, Temer deixa claro que não vai se afastar do cargo de maneira voluntária e acrescenta que tem demonstrado "com relativo sucesso" que o que o empresário fez foi induzir uma conversa. No entendimento do presidente, também não foi prevaricação ouvir Joesley Batista confessar crimes e não fazer nada. "Você sabe que não? Eu ouço muita gente, e muita gente me diz as maiores bobagens que eu não levo em conta. Confesso que não levei essa bobagem em conta. O objetivo central da conversa não era esse. Ele foi levando a conversa para um ponto, as minhas respostas eram monossilábicas", minimizou o presidente, assim como fez com o fato de o encontro com o empresário, que aconteceu no porão do Palácio do Jaburu, às 23h, sem que Joesley fosse sequer questionado pela segurança da residência, não constar na agenda oficial. O chefe do Executivo afirmou também não saber que Joesley era investigado. No momento do encontro, o empresário era alvo das operações Sepsis, CuiBono? e Greenfield. Quando perguntado se vai aplicar a si a regra que estabeleceu de que um ministro só seria afastado se fosse denunciado, Temer não hesitou em descartar a possibilidade. A justificativa do presidente é de que ele é chefe de um Poder. "Os ministros são agentes do Executivo, de modo que a linha de corte que eu estabeleci para os ministros, por evidente não será a linha de corte para o presidente", pontuou. Temer saiu ainda em defesa do deputado federal Rodrigo Rocha Loures, filmado ao receber R$ 500 mil de forma ilegal do frigorífico. Para o presidente, "tudo foi montado". "O Rodrigo certamente foi induzido, foi seduzido por ofertas mirabolantes e irreais", declarou, acrescentando que o parlamentar é um homem "de muito boa índole". Na última quinta (18), Rocha Loures foi afastado do cargo na Câmara. Antes de retornar ao Congresso para ocupar a vaga de Osmar Serraglio, o deputado foi assessor da vice-presidência quando o cargo ainda era ocupado por Temer.
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