sábado, 5 de setembro de 2015
Estado Islâmico estabelece '11 Mandamentos' para cristãos que querem continuar vivos na Síria
grupo Estado Islâmico (EI) emitiu um "contrato de segurança" que os cristãos residentes da cidade síria de Qaryatian, que está sob domínio dos jihadistas, devem seguir. O documento inclui 11 mandamentos específicos para eles obedecerem em custa de sua sobrevivência.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os cristãos de Qaryatian terão que pagar o imposto "jizya jizyah", uma cobrança destinada aos não-muçulmanos, além de outros mandamentos emitidos pelo líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi.
Dentre as 11 cláusulas, estão listadas as proibições de estabelecimento de igrejas, exibição de cruzes, fazer com que os muçulmanos ouçam as orações ou rituais de culto cristão, a ocultação de espiões, pregar as crenças religiosas aos islâmicos, o porte de armas, a venda de carne de porco ou vinho para os muçulmanos, e não se vestir modestamente.
Nahren Anweya, um ativista assírio-americano, disse que o grupo terrorista pretende suprimir qualquer presença cristã no Iraque e na Síria, onde já conquistaram diversas cidades e vilas. "Toda nossa terra ancestral foi completamente tomada e agora eles nem sequer nos permitem sustentar nossa fé em um só Deus e em seu filho, Jesus Cristo", disse Anweya ao site International Business Times.
"Temos sido purgados de Mosul, Nínive, Khabour, Hassaka, Qaryatian e muito mais pátrias assírios ancestrais. Eles levaram nossas pátrias nativas, as nossas meninas, nossas igrejas e agora eles querem as poucas vidas que nos restam", completou o ativista.
O International Christian Concern (ICC) observou que restam apenas cerca de 250 cristãos ortodoxos em al Quaryatayn.
O EI emitiu contratos semelhantes aos cristãos em outras cidades que estão sob domínio dos jihadistas, como o Raqqa, embora crentes fugitivos relatem que não há mais cristãos lá.
"A campanha dos extremistas para estabelecer seu Estado Islâmico e expulsar o cristianismo da Síria continua ampliando o sofrimento e provocando o deslocamento de milhares de cristãos, e mais de 12 milhões de sírios. Não haverá paz estável e duradoura na Síria até que os cidadãos de todas as religiões possam ser capazes de viver juntos, com todos os direitos protegidos", disse Todd Daniels, representante do ICC no Oriente Médio.
Relatórios apontam que quase metade dos sírios cristãos, o que significa cerca de 450 mil pessoas, têm se deslocado ou estão vivendo no exterior como refugiados desde 2011.
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