De todos os problemas que lidamos na existência, considero que os de natureza conjugal são os mais difíceis de suportar e superar. E o caminho procurado pelos cônjuges infelizes para resolvê-los é o divórcio, a dissolução definitiva do vínculo conjugal. Mas esse divórcio, amigável ou litigioso, não ocorreria se um outro divórcio ocorresse.
Esse outro divórcio, todavia, é evitado e resistido ao máximo pela maioria dos cônjuges porque é bastante trabalhoso. É um divorcio de outra natureza, é um divórcio de atitudes, de práticas, de hábitos, de posturas, de ideologias. Para se concretizar esse divorcio é preciso bastante esforço pessoal, mas compensa.
Você quer resolver os seus problemas conjugais e familiares e não resolve. É enorme a sua angústia. Não aguenta mais viver assim. A solução pode ser difícil, mas não é impossível. A solução é o divórcio. O divórcio não do cônjuge, mas de atitudes. O divórcio desse seu ciúme doentio que faz você imaginar as piores coisas de quem usa a aliança com seu nome.
O divórcio desse sexo casual que faz você ir para a cama com quem acabou de conhecer nas redes sociais, sem levar em contas os riscos a longo prazo. O divórcio dessa sua mania de comprar o que vê pela frente, tanto faz ser útil ou inútil. O divórcio desse seu gênio explosivo, que faz você ferir todo mundo quando a sua vontade é contrariada.
O divórcio desse seu hábito de não ver coisa boa em nada, em pessoa alguma e em lugar algum. O divórcio dessa sua aversão ao trabalho que leva você a viver a vida toda aí nesse sofá. O divórcio das redes sociais que viciou a sua mente no sexo virtual, a tal ponto de você não saber mais como fazer amor com quem dorme ao seu lado.
O divórcio dessa sua arte de se enganar e enganar os da sua casa a seu próprio respeito. O divorcio de amar a si mesmo mais do que o próximo e acima de Deus. O divórcio dessa sua irritante má vontade que o impede de aproveitar melhor as oportunidades. Enfim, o divórcio desse seu apego exagerado a suas próprias ideias, como se fosse sempre o dono da razão.
Você não precisa temer esse divórcio, seja qual for a sua amplitude e implicação. Enquanto o divórcio do cônjuge produz malefícios e sequelas, esse divorcio produz benefícios emocionais, relacionais e espirituais incalculáveis, tanto para o divorciado quanto para aqueles que convivem com o divorciado. Só mais uma coisa: se precisar de ajuda para se divorciar de alguma atitude, estou por aqui!
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