O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou nesta quinta-feira (25) em Davos, onde participou do Fórum Econômico Mundial (WEF) para vender sua política à elite econômica mundial e teve reuniões com seus aliados tradicionais, Israel e Reino Unido.
Um ano depois da chegada à presidência, Trump fez uma entrada triunfal, bastante sorridente, no centro de convenções da estação alpina onde era esperado por um grupo de curiosos. "Serão dois dias emocionantes", disse Trump, que na sexta-feira à tarde vai explicar seu slogan "America First" a um público, a princípio, hostil ao protecionismo que ele defende.
Logo que chegou, Trump se reuniu com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, aliado tradicional dos Estados Unidos, e garantiu que vai bloquear ajudas financeiras aos palestinos porque eles "faltaram com o respeito" com os Estados Unidos. "Eles nos faltaram com o respeito na semana passada impedindo que nosso grande vice-presidente os visse", afirmou Trump, garantindo que "bilhões" de ajuda americana "não chegarão até que se sentem para negociar a paz", acrescentou.
De Ramallah, Hanan Ashrawi, funcionária de alto escalão da Organização de Libertação da Palestina (OLP), disse que "recusar a se encontrar com seu opressor não é desrespeito, é respeito a si mesmo".
Capacidade de “surpreender”
"Acho que o mais fascinante no presidente Trump é que tem a capacidade de surpreender, e tenho certeza de que amanhã nos surpreenderá", disse Alexander Stubb, ex-primeiro-ministro da Finlândia e novo vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos.Pouco antes da chegada de Trump, o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, abalou os mercados quando disse não estar preocupado com o valor do dólar em curto prazo, provocando a queda da moeda americana.
"Não estamos preocupados com o nível do dólar em curto prazo. É um mercado com muita liquidez e acreditamos no câmbio livre", afirmou à imprensa em Davos. Alguns analistas acreditam que essa possa ser uma estratégia deliberada do governo Trump para beneficiar as exportações americanas, em detrimento de seus compromissos com o G20.
Trump, primeiro presidente americano a ir ao Fórum desde Bill Clinton, em 2000, provoca reações contraditórias entre os cerca de 2.500 delegados e 70 chefes de Estado e de Governo que estão em Davos. De um lado, estão os grandes empresários que comemoram sua recente reforma tributária, que reduz a carga de impostos para empresas, e que celebram ainda a alta da Bolsa nos Estados Unidos e o crescimento econômico do país.
Do outro, seu discurso protecionista e suas declarações intempestivas sobre questões geopolíticas não agradam Davos, onde muitos dos seminários são dedicados a explicar os benefícios do livre-comércio e da globalização.
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