Foto: Reprodução
Os gestos racistas do torcedor botafoguense André Luis Moreira dos Santos em direção à família do jogador flamenguista Vinicius Junior nas arquibancadas do estádio do Engenhão, no Rio, ou os insultos ao zagueiro Rafael Vaz, do Flamengo, nas redes sociais em uma foto com sua filha de dois anos são exemplos de uma estatística que - infelizmente - tem de ser atualizada a cada rodada do Campeonato Brasileiro. Os casos de injúria racial explodiram neste ano. Até o mês de outubro, já foram computados 41 casos nos estádios de futebol de todo o Brasil e na internet. Isso significa um aumento de 64% em relação a 2016. Os dados são do Observatório da Discriminação Racial do Futebol Brasileiro, entidade dedicada a pesquisar e discutir o tema no esporte, com sede fixa no Rio Grande do Sul.
O Estado teve acesso a trechos do Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol, documento que a entidade publica após catalogar os casos de injúria racial no esporte brasileiro e também os episódios sofridos por atletas do País no exterior. O estudo, que engloba ainda casos de xenofobia e homofobia, conta com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em sua elaboração e está em sua quarta edição. A data da publicação da apuração do ano passado não está definida por falta de parcerias. A base de pesquisa do Observatório são os casos veiculados pela imprensa brasileira e denúncias enviadas por torcedores nas redes sociais. Esses dados, colhidos por meio de trabalho voluntário, mostram um problema recorrente. Em 2014, foram 20 registros. No ano seguinte, eles subiram para 35 casos anotados. O movimento que parecia ter regredido em 2016, com 25 casos, estourou novamente neste ano. "Um dos maiores erros é enxergar cada caso como um novidade, como algo isolado. Todos estão inseridos em um contexto que exige preocupação e atitude", entende Marcelo Carvalho, diretor executivo do Observatório. Para Juvenal Araújo, secretário especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, o problema está relacionado à própria sociedade. "Depois de 129 anos, o racismo não acabou. Ainda vivemos o dia 14 de maio de 1888, o dia seguinte à proclamação da Lei Áurea", disse. "As condições de liberdade e também da invisibilidade do negro se refletem no futebol. O esporte é reflexo da sociedade", afirmou.Para os jogadores de futebol, o tema é delicado e bastante controverso. A maioria dos negros vítimas de injúrias não quis falar com a reportagem. Apenas o goleiro Aranha, da Ponte Preta, e Rafael Vaz, do Flamengo, abordaram o tema abertamente. Arouca e Pelé se pronunciaram por meio de assessorias. De acordo com o Observatório, os casos de injúria são a ponta do iceberg. Para Marcelo Carvalho, o problema é muito maior diante da ausência dos negros em outras posições, como técnicos, dirigentes, presidentes de clubes ou como comentaristas, repórteres e apresentadores de programas esportivos.
O Estado teve acesso a trechos do Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol, documento que a entidade publica após catalogar os casos de injúria racial no esporte brasileiro e também os episódios sofridos por atletas do País no exterior. O estudo, que engloba ainda casos de xenofobia e homofobia, conta com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em sua elaboração e está em sua quarta edição. A data da publicação da apuração do ano passado não está definida por falta de parcerias. A base de pesquisa do Observatório são os casos veiculados pela imprensa brasileira e denúncias enviadas por torcedores nas redes sociais. Esses dados, colhidos por meio de trabalho voluntário, mostram um problema recorrente. Em 2014, foram 20 registros. No ano seguinte, eles subiram para 35 casos anotados. O movimento que parecia ter regredido em 2016, com 25 casos, estourou novamente neste ano. "Um dos maiores erros é enxergar cada caso como um novidade, como algo isolado. Todos estão inseridos em um contexto que exige preocupação e atitude", entende Marcelo Carvalho, diretor executivo do Observatório. Para Juvenal Araújo, secretário especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, o problema está relacionado à própria sociedade. "Depois de 129 anos, o racismo não acabou. Ainda vivemos o dia 14 de maio de 1888, o dia seguinte à proclamação da Lei Áurea", disse. "As condições de liberdade e também da invisibilidade do negro se refletem no futebol. O esporte é reflexo da sociedade", afirmou.Para os jogadores de futebol, o tema é delicado e bastante controverso. A maioria dos negros vítimas de injúrias não quis falar com a reportagem. Apenas o goleiro Aranha, da Ponte Preta, e Rafael Vaz, do Flamengo, abordaram o tema abertamente. Arouca e Pelé se pronunciaram por meio de assessorias. De acordo com o Observatório, os casos de injúria são a ponta do iceberg. Para Marcelo Carvalho, o problema é muito maior diante da ausência dos negros em outras posições, como técnicos, dirigentes, presidentes de clubes ou como comentaristas, repórteres e apresentadores de programas esportivos.
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