domingo, 23 de outubro de 2016
Igreja Universal é condenada a pagar R$ 300 mil de indenização por estupro de menor
A Justiça do Tocantins condenou a Igreja Universal do Reino de Deus a pagar R$ 300 mil em danos morais pelo estupro de uma menor de idade. O crime foi cometido pelo pastor auxiliar da Igreja, localizada na cidade de Gauraí, interior do Estado, em 2011. O juiz Océlio Nobre da Silva entendeu que o pastor, que na época tinha 23 anos, aproveitou a "posição que ocupava dentro da Igreja" para estuprar a jovem, que tinha 13. Processado e condenado em 2014, o pastor deve cumprir 10 anos e 8 meses de prisão. Já a condenação da instituição se deu em ação de indenização. "Não há como afastar a Igreja do fato, porque foi ela quem pavimentou a estrada a sedução, que criou o ambiente de aproximação entre a vítima e o algoz, lhe propiciando contatos prolongados, que resultou nas relações mais íntimas. Não significa que a igreja compactuou, que era o seu desejo, que era do seu conhecimento, mas que um de seus representantes, valendo-se da posição de pastor ou ajudante de pastor, tinha sob sua administração parte do tempo da vítima, exercendo sobre ela influência, seduzindo-a, encantando-a, conquistando-a e com ela realizando seus desejos carnais, os atos libidinosos que caracterizaram o estupro", defende o juiz na sentença. A Universal alega que o pastor era "um simples membro da entidade, sem qualquer função dentro da estrutura hierárquica", ressaltando que ele não falava em nome da Igreja. O magistrado refutou esse argumento, destacando que a "Igreja Universal, através de sua ilustrada defesa, falseou a verdade quanto à função e representatividade" do pastor.
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