Em um dos primeiros teasers da minissérie Justiça, da TV Globo, quem aparecia primeiro era ela, avisando, incisiva: “Pra me vingar eu faço qualquer coisa”.
Os cabelos pintados de loiro cortados pouco acima dos ombros remetem à personagem de Nastassja Kinski em um dos filmes clássicos dos anos 1980, Paris, Texas, de Wim Wenders. A mesma referência adotada para o ensaio que você vê nestas páginas.
Por trás desse visual poderoso está uma jovem atriz de apenas 18 anos.
Julia Dalavia mora com os pais, ainda não tem carta de motorista e começou a namorar há apenas alguns meses.
Desde cedo, se acostumou a lidar com horários e responsabilidades. Criada na Tijuca, zona norte do Rio, aos 8 anos começou a estudar teatro no Tabladinho, divisão infantil do Tablado, um dos mais tradicionais centros de formação de atores do país.
O início da carreira foi acidental. “Minhas tias me inscreveram numa agência [risos]. Minha ficha ficou lá um tempão, até que um dia me chamaram para O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, conta Julia.
“Por coincidência, o diretor era o Marcos Figueiredo, que hoje está dirigindo Justiça.”
Do filme com Renato Aragão, em 2008, a menina emendou trabalho na TV, com outro ícone, no especial Xuxa e as Noviças.
Atuou também como modelo, mas foi no teatro que fincou suas bases, fazendo musicais e crescendo sob a batuta de diretores como Charles Möeller e Claudio Botelho (Gypsy, em 2010), e, em especial, Augusto Thomas Vanucci (O Grande Rio – As aventuras de Huck Finn, de 2008).
“Eu tinha só 10 anos, foi muito marcante. Seis meses apenas ensaiando. Aprendi a cantar e a dançar e, ao mesmo tempo, não era uma carga pesada.”
Julia morou numa ilha em Angra dos Reis, quando a mãe teve um restaurante lá. Mas diz que sua vida tem sido bastante “normal”, mesmo já tendo boa bagagem no trabalho.
“Minha carreira nunca roubou minha infância. Pude ser uma garota normal e me divertia muito trabalhando. Só fui começar a namorar mesmo há pouco tempo.”
Dava tempo até para Julia seguir firme no balé, base para sua boa forma física até hoje (boa forma é um jeito elegante de dizer… ótima forma).
A experiência em cinema continuou com os três filmes da série de comédias campeã de bilheteria Até que a Sorte os Separe, produzidas entre 2012 e 2015.
E foi como adolescente que ela começou a trajetória em novelas – Em Família e Boogie Oogie, ambas de 2014 – antes de se destacar neste ano na novela Velho Chico, sob a direção de Luiz Fernando Carvalho.
Para interpretar a jovem Maria Tereza (vivida pela atriz Camila Pitanga na fase adulta), passou um mês no interior
de Alagoas, “sem mais nada para pensar ou fazer que não fosse gravar – o dia todo”.
de Alagoas, “sem mais nada para pensar ou fazer que não fosse gravar – o dia todo”.
Teve aulas de prosódia, equitação, total imersão na cultural rural nordestina… “Foi a experiência mais louca que eu já tive”, define Julia.
“Eu nunca tinha atuado para o Luiz Fernando, ele só conhecia meu trabalho pela fase de preparação, e eu tinha 30 cenas para gravar no primeiro dia! A gente aprovou o figurino e ele disse: ‘Agora vou ver se você é capaz mesmo’.” Cada diretor tem seu método de motivar…
A atriz ficou nervosa, naturalmente. “Mas saíram as 30 cenas. No fim, eu estava tão realizada e confusa que chorei, chorei, chorei… E no dia seguinte, mais 30 cenas [risos].”
Foi com espírito semelhante que ela abraçou o papel da prostituta Mayara na minissérie Justiça, e estas fotos para a VIP, incorporando o visual adotado para a trama policial passada no Recife.
“Eu gosto de me jogar, de fechar os olhos e fazer, deixando de lado as inseguranças.”
O ensaio fotográfico aconteceu em um apartamento no Morumbi, em São Paulo, e a produção era em tom intimista. “Um clima de ficar em casa, natural… Adorei. Me senti mulher, né? Que garota não gosta de se maquiar, botar aquelas roupas, posar?”
O namorado, empresário, tem 21 anos e entende bem o trabalho. E os pais, como reagiram ao ver as fotos? “Eles já estão se preparando pra isso há um bom tempo. Desde quando tinha 8 anos de idade”, responde Julia, rápida e esperta.
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